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Um exemplo de pesquisa quantitativa documental por analise de conteúdo, realizada por Conceição A. Sanches, nos ajuda a entender melhor como as informações do viagra chegaram as pessoas e suas promessas de realização sexual. Lembrando que o efeito da substancia citrato de sildenafila ‘o viagra’ foi descoberto(1988) acidentalmente em uma pesquisa realizada para analisar os efeitos do medicamento direcionado para o tratamento de pessoas com problemas pulmonares. Onde os pacientes que estavam sendo medicados com essa substancia relataram os efeitos do medicamento e como se sentiram com seu efeitos, assim, colaborando para a descoberta da substância, que não agia somente sobre o sistema pulmonar mas, também nas partes erógenas masculinas.
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A indústria farmacêutica começou a financiar estudos e pesquisas. A
repercussão do advento dessa droga tem sido tão expressiva na mídia desde
então, que o Viagra tornou-se um evento farmacológico e mercadológico quase sem
precedentes. As implicações e os interesses econômicos, sociais e políticos em
jogo no caso dessa descoberta são muito grandes. A estratégia de promoção do
laboratório que o produz foi partir do argumento central de que a disfunção
erétil é um problema que pode afetar qualquer homem em qualquer fase da vida e
de que existe uma droga que pode resolver ou prevenir essa dificuldade. O
Viagra surgiu como um medicamento relacionado ao conforto, à felicidade e ao
bom desempenho sexual masculino. De certa forma ignorando as causas subjetivas
que podem levar o sujeito a ter problemas de ereção.
Com isso o
medicamento veio prometer ao homem a ilusão de uma completa e infinita sensação
de prazer e gozo. Há homens que se sentem curiosos para experimentarem a
sensação de poder com a ereção, ignorando os riscos e efeitos colaterais que o
uso desse medicamento acarreta, muitas vezes almejando alcançar e demonstrar um
papel de representação social que é associado ao homem viril, forte,
insaciável, um verdadeiro e completo amante.
Muitas vezes
ignorando as causas subjetivas que o levam a tomar tal atitude, a vontade, (em
alguns ou poucos casos, há a real necessidade) de tomarem o medicamento, com o
intuito de alcançarem o resultado que o medicamento promete, logo, tal atitude
pode ser decorrente de baixa auto-estima, desapontamentos de experiências
anteriores, algum conflito externo ou interno que o sujeito esta passando
naquele momento, pouca comunicação com o(a) parceiro(a), estresse, medo ou
raiva e que não necessariamente deveria ser resolvido com medicamentos, tendo
em vista que por ser um medicamento, seu uso sem prescrição e acompanhamento
medico pode levar a dependência física, ou seja, poderá acostumar seu corpo a
somente ter ereção se houver a ingestão de um composto químico, e psíquico, o
sujeito começa a ter medo de se relacionar sexualmente com outra pessoa sem o
uso do medicamento, por não se sentir confiante e não saber como o seu corpo
ira se comportar sem o uso do medicamento.
No entanto,
para aqueles que ignoram os efeitos colaterais, e se sentem realizados com o
desempenho que alcançam com o uso desse medicamento, o que dizer deles. Se o
corpo como propriedade deles, ao qual o prazer e as sensações são vivenciadas
por ele, e no caso dos que tem uma companheira de certa forma é vivido por ela
também, como conseguir explicar-lhes que isso poderá prejudicar sua saúde?!
Mas
atualmente, o que é preocupante é o uso do “viagra” por adolescentes, no auge
da descoberta do prazer em seu corpo, ao invés de apropria-se dos estímulos
maximizados nessa idade, o adolescente busca ingerir substancias para atuar a
sua manifestação de desejo. Porem a ansiedade tem um peso grande,
principalmente na juventude, o que é muito comum homens no começo da vida
sexual, que estão extremamente ansiosos, começarem a ter dificuldade de ereção
por causa do excesso de adrenalina. Logo, provavelmente isso não deveria
ser cuidado com o uso de medicamentos, e sim através de algumas medidas
subjetivas.

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